O modelo teve apenas 371 unidades produzidas, foi restaurada e irá para a Europa
Para muitos entusiastas e antigomobilistas não havia nenhum modelo de Kombi 1957 de fabricação nacional sobrevivente ao tempo. No entanto, a empresa OK Oldtimer, dedicada à restauração e revenda de carros clássicos, encontrou essa mosca branca em uma coleção de um brasileiro.
Ele saiu do país e havia deixado o carro com os filhos, que não cuidavam devidamente da raridade. Após cinco anos de negociações, o proprietário resolveu abrir mão e vendeu à empresa.
Para se ter uma ideia, foram produzidas apenas 371 unidades desse clássico na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP). Metade dela tinha peças nacionalizadas.
O motor é 1.192 cm³, que produzia até 36 cv de potência, associado ao câmbio de quatro marchas.
Por dentro, os bancos são em corino e possuem alças.
“Ela está restaurada no padrão, tem uma manivela para ligar o motor 1.200 e seta bananinha original”, conta Alexandre Fares, sócio da empresa, com exclusividade para o site MOTOR SHOW. Além dele, Marcella Daibert também é sócia na OK Oldtimer.
Viagem à Europa
O clássico chega à Europa no dia 9 de outubro e ainda não tem cliente definido. Fares afirma que a Kombi 1957, devido a sua raridade, não possui valor estimado. No entanto, projeta que o preço dela parta de 200 mil euros ou R$ 1,21 milhão, em conversão direta.
“O carro não tem parâmetro, nem de compra, nem de venda. A gente vai colocar ele lá [na Alemanha] para ter uma expectativa e trabalhar o valor.”
O veículo ainda será legalizado pelo governo alemão, assim como o pagamento de todos os impostos vigentes para a operação.
Ok Oldtimer
A empresa brasileira, com sede também em Berlim (Alemanha) e Miami (EUA), comercializa Kombis e outros carros, principalmente da Volks, para 18 países.
Até 2028, a projeção é que a OK Oldtimer abra filiais na California, Boston, Copenhague, Hamburgo, Lisboa, Munique, Oslo, Paris e Roma.
“O público na Europa, por exemplo, é muito mais amplo. Aqui no Brasil é muito mais voltado para colecionador, até pelo poder aquisitivo. Lá um professor, um mecânico, um trabalhador médio pode comprar. Ele não é necessariamente um colecionador, às vezes lembra do pai ou tem uma memória afetiva.”
Fares diz que a ideia é trazer carros da Alemanha e Estados Unidos para o Brasil também. Mas o forte do negócio ainda são carros Volkswagen, como Kombi, Karmann-Ghia, SP2.